quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Artigo Luzia Aparecida Ferreira Sarate n°1


A LEITURA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO
AUTORA: Luzia Aparecida Ferreira Sarate
·         INTRODUÇÃO
Buscando associar a real e fundamental utilidade da leitura, tendo ela princípios em salas de aula, proporcionando assim para o aluno, um enriquecimento cultural, bem como, suas práticas no contexto social através da construção criativa onde o fazer, criar; elaborar textos de forma lúdica para o despertar de um universo mágico onde o aprender é prazeroso, pois, envolvem o aluno e toda sua imaginação na construção de personagens, lugares; fantasias com seus desenhos próprios onde à percepção dos mesmos e seus significados tem e geram prazer e vivencia no ato simples e eficaz de produzir e ler textos. Temos que fazer um hábito diário, com que desde pequenos tenha em mãos um livro, um gibi, uma revista, um jornal, enfim algo que seja prazeroso e que lhes dê uma visão melhor e mais real da sociedade que lhe cerca, para não só possuirmos consciência critica, mas, sermos críticos e  construtivos. Precisamos ter embasamento, solidez nos atos e nas atitudes, e só construímos essa solidez empunhando em mãos uma literatura. Ao discorrer sobre leitura entendemos não à decifração da escrita unicamente, mas, o puro e simples ato de ler, e compreender, assim também a sua analogia com o revelar peculiar; corriqueiro e diferente entre os indivíduos, grupos sociais, e as várias culturas; A intervenção de segmentos sociais no processo de aperfeiçoamento cultural vem desenvolvendo-se de alguns anos para cá, a passos lentos, a partir de incentivos à leitura, seja através de capacitações de leitores, ou em apoios a escritores, criação de acervos bibliográficos, incentivo a novas pesquisas. Utilizando-se de materiais diversos disponíveis à construção teatral, temas alternativos em inúmeros ambientes, como o escolar, familiar, com ou sem fundamentação teórica, de livros, gibis, revistas, textos diversos. (SOLÉ, 1998, p.21) A leitura é um processo de interação entre leitor e texto, configurando-se um meio de aquisição do que se passa ao redor do homem; portanto, tem dimensão social e cultural; provoca enriquece e encaminha a reflexão. Quando se propõe trabalhar com educação infantil -crianças- deve-se ter como fundamentos conhecer e entender os seus interesses, dificuldades, habilidades; necessidades. Isso implica saber as características de sua história, de sua família, faixa etária, fase de desenvolvimento em que estão inseridas, e considerar o tempo em que permanecem na escola. (WALLON, 1975, p.366).Sendo que o agir pedagógico deve atender às reais necessidades das crianças, deve ser criativo, flexível, atendendo à individualidade e ao coletivo. Sendo a mola propulsora que impulsionara a aquisição e a difusão do saber, a fim de que, as crianças passem de um nível a outro na edificação de suas aprendizagens e conquistas. Pensar sobre este tema necessita reorganizar os espaços em sala de aula, para que, assim possam se dar as interações do aluno/sujeito com o mundo real, social e afetivo, garantindo-lhes vivências; qualidade de troca de pontos de vista; opiniões e dando ênfase à tomadas de decisões, sendo assim, proporcionando-lhes autonomia, muito importante e decisivo para a formação de um novo homem, um sujeito social engajado com as questões peculiares a si e aos que lhe cercam, dentro de uma nova sociedade e de novos e velhos conceitos. “A leitura crítica é condição para a educação libertadora, é condição para a verdadeira ação cultural que deve ser implementada nas escolas”, (SILVA, 2000, p.79-80).
·         DO MUNDO PARA OS LIVROS.
A leitura não possui o poder de mudar as coisas, num simples estalar de dedos, nem mesmo de rever situações de pobreza e/ou ignorância já muito enraizadas, nem mesmo de acabar com a crise social de nosso país, mas, pode sim auxiliar a procura de novas e quem sabe velhas soluções para os inúmeros problemas que nos assolam, acredita-se que tão somente através da educação se pode almejar degraus mais altos, e os primeiros degraus passam pelo simples ato de entender o que se escreve. No processo criativo e durante toda a formação educacional há de serem promovidos diferentes discussões explorando-se sempre o lúdico, tornando-se assim um atrativo a parte as aulas onde as crianças podem se “libertar” de conceitos já estabelecidos e regras que caem por terra. No ponto de vista de Freire, a leitura da realidade precede a leitura da palavra. Aprendemos a ler o mundo antes mesmo de decodificar os sinais gráficos das letras sendo assim, ler o mundo é tão importante quanto ler a palavra, pois um não está dissociado do outro. São dois momentos que se comunicam no ato de pensar, pois existe uma relação mútua entre a leitura do mundo e a leitura da palavra, entre a linguagem e a realidade, entre o texto e o contexto. (FREIRE, 1994). O trabalho do educador é estimular e orientar estas crianças e suas experiências que são vividas diariamente em seu cotidiano. “A verdadeira educação deve dissolver a assimetria entre o educador e o educando, pois, se há inicialmente uma desigualdade, esta deve desaparecer à medida que se torna eficaz a ação do agente da educação” (ARANHA, 1989, p.51). Portanto, a literatura infantil, esta em acordo como base a se trabalhar, pois, surge para instruir, divertir, educar e construir um mundo onde ela se identifica, e sente-se livre para captar e adequar suas capacidades, ainda em processo de formação às experiências reais, dando asas a sua fértil imaginação. “A criança serve-se do real, justamente, para penetrar em sua fantasia” (JESUALDO, 1978, p.25) e assim viver seu lúdico, e aprender a conhecer os signos e significados do mundo que lhe cerca. Ela aprende a todo o momento, a cada segundo, assimilando assim, todos os mecanismos para, agir. Ler não se restringe única e pura e meramente a decifrar os itens lingüísticos pertinentes nos textos. Assim sendo, a leitura não deve e não pode ser confundida com a cópia mecânica de elementos, sob a aflição de criar um leitor apático, indiferente e consumista de mensagens, sem sentido, irrelevantes a ele. Atribuindo-lhes então, sentidos e deixando aflorar, despertar seus interesses, suas crenças, opiniões criando assim, significados próprios, entendendo o que se esta lendo.
·         LER, PARA TODA VIDA.
A crise da leitura abarca hoje muitos letrados, incapazes de ler a própria realidade no mundo. Aliás, Paulo Freire já chamava atenção para o fato de que a leitura do mundo se faz concomitantemente à leitura da palavra. Daí ser impossível uma leitura do consenso, uniforme, pois no conflito das interpretações se revela a diversidade rica de um texto e, através dele, a da realidade.Segundo Leffa (1996, p. 10) “(…) ler é, na sua essência, olhar para uma coisa e ver outra.” Neste processo ler, compreender textos da forma “correta”, implica em auxiliar no desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas. Emocionais, estéticas, éticas e sociais na perspectiva de contribuir para a formação de crianças/cidadãos mais saudáveis, pois as literaturas relatam sobre o homem e de como ele se porta em seus meios, “ser educado não é saber informações, não é saber falar as coisas”.
A proposição que guiou o trabalho é que a concepção do leitor é um método que se inicia bem antes da alfabetização e que atividades de estímulo à leitura podem ser aplicadas durante o desenvolvimento da linguagem. Neste sentido, percebemos leitura na miragem assinalada por Martins (1994, p. 30), que afirma: Seria preciso, então, considerar a leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem.

·         CONCLUSÃO
O conhecimento é o fruto de um procedimento de reflexão, de análises e, resultado de muitas leituras; determinando curiosidade, e eficiência. Requer ação modificadora, a propósito da realidade. Conhecer/entender é renovar. Renovar a realidade é conferir a veracidade dos fatos. É inventar; reinventar o mundo denunciá-lo com palavras e gesto, como diz Freire, (1994, p. 20).  “[...] a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”.
5. REFERÊNÇIAS
ARANHA, M. L. de A. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 29. Ed. São Paulo: Cortez, 1994.
LEFFA, Vilson J. Aspectos da Leitura. Porto Alegre: Flagra 1996.
JESUALDOA Literatura Infantil.Tradução de: James Amado. São Paulo: Cultrix, 1978.
MARTINS, Maria Helena, O que é leitura. 19ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
SILVA, E. T. da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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