A LEITURA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO
AUTORA: Luzia Aparecida Ferreira Sarate
·
INTRODUÇÃO
Buscando associar a
real e fundamental utilidade da leitura, tendo ela princípios em salas de aula,
proporcionando assim para o aluno, um enriquecimento cultural, bem como, suas
práticas no contexto social através da construção criativa onde o fazer, criar;
elaborar textos de forma lúdica para o despertar de um universo mágico onde o
aprender é prazeroso, pois, envolvem o aluno e toda sua imaginação na
construção de personagens, lugares; fantasias com seus desenhos próprios onde à
percepção dos mesmos e seus significados tem e geram prazer e vivencia no ato
simples e eficaz de produzir e ler textos. Temos que fazer um hábito diário,
com que desde pequenos tenha em mãos um livro, um gibi, uma revista, um jornal,
enfim algo que seja prazeroso e que lhes dê uma visão melhor e mais real da
sociedade que lhe cerca, para não só possuirmos consciência critica, mas,
sermos críticos e construtivos.
Precisamos ter embasamento, solidez nos atos e nas atitudes, e só construímos
essa solidez empunhando em mãos uma literatura. Ao discorrer sobre leitura
entendemos não à decifração da escrita unicamente, mas, o puro e simples ato de ler, e
compreender, assim também a sua analogia com o revelar peculiar; corriqueiro e
diferente entre os indivíduos, grupos sociais, e as várias culturas; A intervenção
de segmentos sociais no processo de aperfeiçoamento cultural vem
desenvolvendo-se de alguns anos para cá, a passos lentos, a partir de
incentivos à leitura, seja através de capacitações de leitores, ou em apoios a escritores,
criação de acervos bibliográficos, incentivo a novas pesquisas. Utilizando-se
de materiais diversos disponíveis à construção teatral, temas alternativos em
inúmeros ambientes, como o escolar, familiar, com ou sem fundamentação teórica,
de livros, gibis, revistas, textos diversos. (SOLÉ, 1998, p.21) A leitura é um
processo de interação entre leitor e texto, configurando-se um meio de
aquisição do que se passa ao redor do homem; portanto, tem dimensão social e
cultural; provoca enriquece e encaminha a reflexão. Quando se propõe trabalhar com
educação
infantil -crianças- deve-se ter como
fundamentos conhecer e entender os seus interesses, dificuldades, habilidades;
necessidades. Isso implica saber as características de sua história, de sua
família, faixa etária, fase de desenvolvimento em que estão inseridas, e
considerar o tempo em que permanecem na escola. (WALLON, 1975, p.366).Sendo
que o agir pedagógico deve atender às reais necessidades das crianças, deve ser
criativo, flexível, atendendo à individualidade e ao coletivo. Sendo a mola
propulsora que impulsionara a aquisição e a difusão do saber, a fim de que, as
crianças passem de um nível a outro na edificação de suas aprendizagens e
conquistas. Pensar sobre este tema necessita reorganizar os espaços em sala de
aula, para que, assim possam se dar as interações do aluno/sujeito com o mundo
real, social e afetivo, garantindo-lhes vivências; qualidade de troca de pontos
de vista; opiniões e dando ênfase à tomadas de decisões, sendo assim,
proporcionando-lhes autonomia, muito importante e decisivo para a formação de
um novo homem, um sujeito social engajado com as questões peculiares a si e aos
que lhe cercam, dentro de uma nova sociedade e de novos e velhos conceitos. “A
leitura crítica é condição para a educação libertadora, é condição para a
verdadeira ação cultural que deve ser implementada nas escolas”, (SILVA, 2000,
p.79-80).
·
DO MUNDO PARA OS LIVROS.
A leitura não possui o
poder de mudar as coisas, num simples estalar de dedos, nem mesmo de rever
situações de pobreza e/ou ignorância já muito enraizadas, nem mesmo de acabar
com a crise social de nosso país, mas, pode sim auxiliar a procura de novas e
quem sabe velhas soluções para os inúmeros problemas que nos assolam, acredita-se
que tão somente através da educação se pode almejar degraus mais altos, e os
primeiros degraus passam pelo simples ato de entender o que se escreve. No
processo criativo e durante toda a formação educacional há de serem promovidos
diferentes discussões explorando-se sempre o lúdico, tornando-se assim um
atrativo a parte as aulas onde as crianças podem se “libertar” de conceitos já
estabelecidos e regras que caem por terra. No ponto de vista de Freire, a
leitura da realidade precede a leitura da palavra. Aprendemos a ler o mundo
antes mesmo de decodificar os sinais gráficos das letras sendo assim, ler o
mundo é tão importante quanto ler a palavra, pois um não está dissociado do
outro. São dois momentos que se comunicam no ato de pensar, pois existe uma
relação mútua entre a leitura do mundo e a leitura da palavra, entre a
linguagem e a realidade, entre o texto e o contexto. (FREIRE, 1994). O trabalho do educador é estimular e orientar estas crianças e suas
experiências que são vividas diariamente em seu cotidiano. “A verdadeira
educação deve dissolver a assimetria entre o educador e o educando, pois, se há
inicialmente uma desigualdade, esta deve desaparecer à medida que se torna
eficaz a ação do agente da educação” (ARANHA, 1989, p.51). Portanto, a
literatura infantil, esta em acordo como base a se trabalhar, pois, surge para
instruir, divertir, educar e construir um mundo onde ela se identifica, e
sente-se livre para captar e adequar suas capacidades, ainda em processo de
formação às experiências reais, dando asas a sua fértil imaginação. “A criança
serve-se do real, justamente, para penetrar em sua fantasia” (JESUALDO, 1978, p.25) e
assim viver seu lúdico, e aprender a conhecer os signos e significados do mundo
que lhe cerca. Ela aprende a todo o momento, a cada segundo, assimilando assim,
todos os mecanismos para, agir. Ler não se restringe única e pura e meramente a
decifrar os itens lingüísticos pertinentes nos textos. Assim sendo, a leitura
não deve e não pode ser confundida com a cópia mecânica de elementos, sob a
aflição de criar um leitor apático, indiferente e consumista de mensagens, sem
sentido, irrelevantes a ele. Atribuindo-lhes então, sentidos e deixando
aflorar, despertar seus interesses, suas crenças, opiniões criando assim,
significados próprios, entendendo o que se esta lendo.
·
LER, PARA TODA VIDA.
A
crise da leitura abarca hoje muitos letrados, incapazes de ler a própria
realidade no mundo. Aliás, Paulo Freire já chamava atenção para o fato de que a
leitura do mundo se faz concomitantemente à leitura da palavra. Daí ser
impossível uma leitura do consenso, uniforme, pois no conflito das
interpretações se revela a diversidade rica de um texto e, através dele, a da
realidade.Segundo Leffa (1996, p. 10) “(…) ler é, na sua essência, olhar
para uma coisa e ver outra.” Neste processo ler, compreender textos da forma
“correta”, implica em auxiliar no desenvolvimento das capacidades de
apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas. Emocionais,
estéticas, éticas e sociais na perspectiva de contribuir para a formação de
crianças/cidadãos mais saudáveis, pois as literaturas relatam sobre o homem e de
como ele se porta em seus meios, “ser educado não é saber informações, não é
saber falar as coisas”.
A proposição que guiou
o trabalho é que a concepção do leitor é um método que se inicia bem antes da alfabetização e que atividades de estímulo à leitura podem ser
aplicadas durante o desenvolvimento da linguagem. Neste sentido, percebemos
leitura na miragem assinalada por Martins (1994, p. 30), que afirma: Seria preciso, então, considerar a
leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não
importando por meio de que linguagem.
·
CONCLUSÃO
O conhecimento é o
fruto de um procedimento de reflexão, de análises e, resultado de muitas
leituras; determinando curiosidade, e eficiência. Requer ação modificadora, a
propósito da realidade. Conhecer/entender é renovar. Renovar a realidade é
conferir a veracidade dos fatos. É inventar; reinventar o mundo denunciá-lo com
palavras e gesto, como diz Freire, (1994, p. 20). “[...] a leitura do
mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a
continuidade da leitura daquele”.
5.
REFERÊNÇIAS
ARANHA, M.
L. de A. Filosofia
da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.
FREIRE,
P. A
importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
29. Ed. São Paulo: Cortez, 1994.
LEFFA,
Vilson J. Aspectos
da Leitura. Porto Alegre: Flagra 1996.
JESUALDO, A Literatura Infantil.Tradução de: James
Amado. São Paulo: Cultrix, 1978.
MARTINS,
Maria Helena, O
que é leitura. 19ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
SILVA,
E. T. da. O
ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 8. ed. São
Paulo: Cortez, 2000.
SOLÉ,
Isabel. Estratégias
de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Nenhum comentário:
Postar um comentário